Com o objetivo de ampliar o acesso à água potável e promover a inclusão social e produtiva em comunidades extrativistas da Amazônia, o Programa Sanear Amazônia realizou, nos dias 11 e 12 de setembro, o evento “Diálogo Amazônico Sanear-Cisternas: Água Segura e Inclusão Social e Produtiva nas Comunidades Tradicionais da Amazônia”. O encontro, realizado em Manaus, reuniu cerca de 50 participantes vindos dos estados do Amazonas, Rondônia, Pará, Acre e Amapá.
A iniciativa é coordenada pelo Memorial Chico Mendes, em parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio do Programa Cisternas, do Novo PAC e do Fomento Rural.
Segundo Willians Santos, coordenador do Sanear Amazônia no Memorial Chico Mendes, o evento foi uma oportunidade de diálogo sobre a inclusão produtiva de alimentos nas regiões atendidas pelo programa. “A ideia é transformar o ambiente em uma conversa com trocas de experiências entre parceiros, executoras e beneficiários”, destacou.
Durante os dois dias de atividades, foram discutidas estratégias para aprimorar a implementação das tecnologias sociais e fortalecer ações voltadas à inclusão produtiva. Um dos destaques foi o Serviço Técnico de Acompanhamento Familiar para a Inclusão Produtiva (SAFISP).
O programa combina acompanhamento social e produtivo com a transferência direta de recursos financeiros não reembolsáveis, no valor de R$ 4.600, para que famílias rurais em situação de vulnerabilidade possam desenvolver seus projetos produtivos.
“Com esse valor, consegui adquirir minha roçadeira, terçado e botas, para trabalhar com mais segurança no manejo do açaí na minha região”, relatou Gabriela Pereira, beneficiária do SAFISP.
A articulação entre apoio técnico e financeiro tem como objetivo permitir que as famílias se estruturem ou ampliem sua capacidade produtiva, aumentando ou diversificando a produção de alimentos e as atividades geradoras de renda. A iniciativa contribui diretamente para a melhoria da segurança alimentar e nutricional e para a superação da pobreza.
Para Gabriela Cunha, coordenadora do Fomento Rural, o evento também foi um espaço de escuta ativa, onde as experiências das comunidades ganham voz e fortalecem a construção de políticas públicas nos territórios. “A gente vai trabalhar para melhorar e seguir junto nas parceiras”, afirmou.
O Sanear Amazônia
O Sanear Amazônia é uma iniciativa coordenada pelo Memorial Chico Mendes, em parceria com o Conselho Nacional das Populações Extrativistas (CNS) e o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome (MDS), por meio do Programa Cisternas, do Novo PAC e do Fomento Rural. Conta ainda com o apoio das entidades executoras Instituto Desenvolver (ID), Instituto Vitória Régia (IVR), Associação dos Produtores Rurais de Carauari (ASPROC), Associação de Mulheres do Baixo Cajari (AMBAC) e Associação de Desenvolvimento Agrícola Interestadual (ADAI).
O programa tem o objetivo de promover acesso a água para o consumo humano em comunidades extrativistas da Amazônia, por meio da disponibilidade das tecnologias sociais Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Comunitário e Sistema de Acesso à Água Pluvial Multiuso Autônomo.
O programa já beneficia mais de três mil famílias em comunidades da Amazônia, por meio da implantação de tecnologias sociais que garantem o abastecimento de água potável e saneamento básico.
É uma proposta que assegura o abastecimento de água potável para famílias extrativistas de forma direta. O impacto indireto é reverberado por meio da replicação das melhores práticas adotadas para a totalidade da população nas áreas consideradas.
Sobre o Memorial Chico Mendes
O Memorial Chico Mendes, fundado em 1996 pelo CNS (Conselho Nacional das Populações Extrativistas), é uma organização sem fins lucrativos dedicada à preservação do legado do ativista ambiental Chico Mendes e à promoção de projetos sociais e ambientais na Amazônia. Através de diversas iniciativas, buscamos contribuir para o desenvolvimento sustentável e a melhoria da qualidade de vida das comunidades extrativistas.
